Estado apresenta projeto mineiro para reflorestamento de 3,7 milhões de hectares na COP26

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Criado: Qui, 04 nov 2021 19:08 | Atualizado: Ter, 12 nov 2024 23:05


Divulgação Sisema

Apresentação Marília Melo COP 26

Durante a apresentação, a secretária Marília Melo traçou um breve cenário econômico e ambiental do Estado

 

Agendas importantes já estão sendo cumpridas pela comitiva do Governo de Minas Gerais que participa da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) em Glasgow, na Escócia. Dentre os compromissos cumpridos, a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, participou de reunião com representantes do Departamento de Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido e da Embaixada Britânica. O encontro foi para tratar, com o órgão que corresponde ao Ministério de Minas e Energia do Brasil, sobre financiamento de projetos em áreas florestais e mercados de carbono.

 

Minas tem a meta de reflorestar 3,7 milhões de hectares em áreas rurais até 2030.“Tivemos a oportunidade de discutir potenciais investimentos de reflorestamento em Minas Gerais, e apresentamos o potencial de restauração conforme o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Foi um momento de troca de experiências em que tratamos também sobre desmatamento irregular e técnicas de monitoramentos que outros países já utilizam com apoio do governo britânico e que podem ser utilizados em Minas Gerais”, avalia Marília.

 

PATOS DE MINAS E UBERABA

 

A comitiva mineira também fiz uma visita à Universidade de Strathclyde, em Glasgow. Na ocasião, a secretária Marília Melo esteve acompanhada da coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade, Energia e Mudanças Climáticas da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Larissa Oliveira e falou dos desafios do Brasil e de Minas Gerais para a agenda de mudança do clima, citando os feitos já alcançados pelo Estado como adesão pioneira ao RaceTo Zero.

 

“Minas Gerais é a segunda maior economia do país e o quarto maior em emissão de gases de efeito estufa e este cenário nos traz grande responsabilidade na transição para uma economia de baixo carbono. Ao aderir à campanha RaceTo Zero, Minas foi o primeiro governo subnacional da América Latina e do Caribe e, além do pioneirismo, tivemos um diferencial que foi a assinatura conjunta com as Federações da Indústria e da Agricultura mostrando o engajamento do setor produtivo mineiro no enfrentamento às mudanças do clima”, ressaltou Melo.

 

A Universidade possui projetos conectando experiências entre parceiros e, principalmente, programas que dão suporte necessário tanto no âmbito técnico quanto de financiamento. Ao final do encontro, a instituição propôs a realização de projetos com dois municípios mineiros, Uberaba e Patos de Minas, que têm sofrido com as consequências da mudança do clima.

“Nós apresentamos um interesse de cooperação com os pesquisadores da universidade em Uberaba e Patos de Minas. No caso de Patos, a cidade sofreu com uma geada forte e que teve impacto econômico significativo na agricultura local. Já Uberaba teve um cenário crítico de abastecimento público. São duas cidades em que há lideranças modernas que, com absoluta certeza, dariam toda a base institucional para implantação de programas como esse”, destaca Marília Melo.

 

A secretária ainda lembrou que os benefícios de projetos voltados para adaptação e mitigação das mudanças climáticas e de transição para economia de baixo carbono não se limitam ao meio ambiente e à economia. “Essas atividades devem ser vistas como algo capaz de gerar benefícios sociais múltiplos a longo prazo”, acrescenta.

 

FINANCIAMENTO SUSTENTÁVEL

 

Ainda dentro das oportunidades para financiamento de projetos sustentáveis, a secretária acompanhou o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Sérgio Gusmão, nesta quarta-feira (03/11), em encontro com a Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide). Na ocasião, o Estado aderiu ao Green Bank Network - rede global de instituições financeiras alinhadas à oferta de financiamento de projetos e programas com impacto ambiental positivo.

 

O BDMG será o primeiro banco brasileiro e o primeiro banco de desenvolvimento do mundo a integrar a rede. O movimento pretende investir US$ 50 bilhões em projetos sustentáveis em todo o mundo.

 

O presidente do BDMG, Sérgio Gusmão, ressaltou que a instituição passou por auditorias do Green Bank Network por cerca de um ano. “Com a adesão será possível conhecer as melhores práticas que são executadas por outros bancos que integram a rede, além de representar uma nova possibilidade de acesso a recursos”, destaca Gusmão. Ainda durante a quarta-feira, a secretária Marília Melo participou de recepção com o LordProvost de Glasgow e UKCCIC Local, organizado pela UK CitiesClimateCommission.

 

A comissão está agregando os planos de investimento de baixo carbono nas 12 maiores cidades do Reino Unido e criando uma proposta de valor para o investimento da NetZero. O encontro ocorreu junto a autoridades de diversos países do mundo e representantes de instituições financeiras.

 

PROTAGONISMO DE ESTADOS E MUNICÍPIOS

 

A convite do Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI) e do Governo da Escócia, Minas Gerais teve papel de destaque no evento "Cidades e Regiões da América Latina e do Caribe em Direção a um Desenvolvimento Multinível Financiável, de Baixo Carbono e Resiliente". Durante a agenda, na terça-feira (02/11), a secretária Marília Melo foi porta-voz dos governos subnacionais e locais em questões prioritárias para a Presidência da COP26 e participou no bloco 2, que tratou da “Ação Multinível sobre Políticas de Baixo Carbono e Resilientes”, para compartilhar a estratégia do Governo de Minas Gerais sobre mudanças climáticas.

 

O evento foi uma sessão política para abordar ações e necessidades dos governos subnacionais e locais (estados e municípios) na América Latina e Caribe, relacionando com temas prioritários para a Presidência da COP 26: fluxos financeiros climáticos e políticas de mitigação e adaptação. “O diálogo busca promover uma voz unificada das autoridades locais latino-americanas para alavancar a ambição climática. Também teve como objetivo a promoção da ação climática multinível para a tomada de decisão entre autoridades verticais, a fim de elaborar compromissos integrados e inclusivos”, acrescentou Marília.

 

COP 26

 

Durante a COP26, além da participação nos eventos, o Governo de Minas compartilhará as experiências já desenvolvidas e em desenvolvimento no Executivo estadual e no setor produtivo,em nível local, para minimizar os impactos das alterações do clima na vida da população. Todo o trabalho foi reunido em um portfólio virtual que será apresentado na conferência, e que está disponível para consulta neste link.

 

Uma das pautas apresentadas no portfólio é a transição energética para fontes renováveis. Atualmente, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Minas Gerais lidera o ranking nacional com 18,4% da potência instalada de geração de energia solar fotovoltaica em todo o Brasil, o que permite evitar a emissão de 394 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano.

 

No dia 11 de novembro, o governador Romeu Zema representará o Brasil no debate sobre Cidades, Regiões e Espaços Organizados, com o objetivo de discutir e avançar em ações adotadas por cidades, comunidades e regiões.Ao lado do governador estarão lideranças como o prefeito de Istambul, EkremImamoglu, e a presidente do Conselho de Construção Verde do Quênia, Elizabeth Chege. Será o momento de mostrar Minas Gerais ao mundo e colocar o Estado como protagonista em ações em prol do meio ambiente.

 

A COP26 teve início em 31 de outubro e a programação será finalizada em 12 de novembro. Além da presença do governadordurante as agendas, o Estado será representado pela secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo; pelo secretário-geral do Estado, Mateus Simões; pelo presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Sérgio Gusmão; e pela coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade, Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Larissa Oliveira.

 

Simon Nascimento

Ascom/Sisema