Governo de Minas Gerais apresenta políticas sustentáveis na Cop 21

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Criado: Ter, 01 dez 2015 15:44 | Atualizado: Ter, 12 nov 2024 23:05


O vice-governador Antônio Andrade, acompanhado de uma comitiva do Governo de Minas Gerais, desembarca nesta terça-feira (1/12), em Paris, para participar da 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-21), da qual participam 153 chefes de Estado e de governos de todo o mundo. A Conferência é organizada pela Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).

Minas Gerais possui iniciativas com a França em diversas áreas, dentre elas a de sustentabilidade, com financiamentos e investimentos no setor produtivo e nas políticas de desenvolvimento sustentável. “Esta é uma grande oportunidade para o Estado mostrar ao mundo os avanços em sustentabilidade, além do modelo de governança integrada e participativa”, justifica o assessor de Relações Internacionais do Governo de Minas Gerais, Rodrigo Perpétuo.

A comitiva do Estado é composta pelo vice-governador Antônio Andrade; pelo secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães; o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Marco Antônio Castello Branco; o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Diogo Soares de Melo Franco; o chefe da Assessoria de Relações Internacionais do Governo, Rodrigo de Oliveira Perpétuo; o gerente de Energia e Mudanças Climáticas da Feam, Felipe Santos de Miranda Nunes, dentre outros.

O Estado terá participação de destaque durante sete dos 12 dias de evento com um stand da Codemig e cerca de três apresentações sobre as ações de políticas sustentáveis. “Vamos mostrar os nossos projetos aos demais governantes, e, especialmente, o Plano Estadual de Energia e Mudanças Climáticas (PEMC), que foi elaborado por meio do acordo de irmandade com a região francesa de Nord-Pas-de-Calais. A parceria foi reconhecida pelos franceses como modelo a ser inspirado por outros governos”, revela Perpétuo.

O Plano de Energia e Mudanças Climáticas (PEMC), coordenado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) para o período de 2015-2030, é o pontapé inicial para que Minas Gerais reduza a vulnerabilidade às mudanças climáticas e articule as diferentes iniciativas já desenvolvidas, dentro de uma estratégia territorial integrada.

Segundo a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), as ações previstas no plano (nas áreas de energia, agricultura, florestas e outros usos do solo, transportes, indústria e resíduos) vão garantir uma redução de 17% a 20% das emissões dos gases de efeito estufa no estado até 2030.

Caso as ações não sejam executadas, estimativas indicam um crescimento de cerca de 60% nas emissões e que os impactos decorrentes das mudanças climáticas para a economia estadual podem alcançar cerca de R$ 450 bilhões. De 2008 a 2014, Minas Gerais já somou prejuízo de mais de R$ 12 bilhões devido aos eventos climáticos.  Veja o plano -  http://pemc.meioambiente.mg.gov.br/

O plano torna-se ainda mais relevante se considerar que a temperatura no território mineiro deve crescer entre 2°C e 4°C no período até 2030, variando conforme a região e a estação do ano. Em cenários mais pessimistas, são projetados aumentos de temperatura ainda mais significativos, com variações médias entre 3°C e 5°C, sendo maiores no Vale Jequitinhonha, Norte e Noroeste, o que pode aumentar ainda mais as desigualdades regionais.

Veja o mapa da vulnerabilidade municipal às mudanças climáticas

 

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O documento foi elaborado por uma equipe multidisciplinar no âmbito da Cooperação Descentralizada entre o Estado de Minas Gerais e a região francesa Nord-Pas de Calais, com o apoio técnico e financeiro da Agência Francesa de Meio Ambiente e Gestão de Energia (ADEME) e da Agência Francesa do Desenvolvimento (AFD).

Para se credenciar ao evento, o Governo de Minas Gerais organizou um calendário de preparação com o lançamento do Plano Estadual de Energia e Mudanças Climáticas (PEMC) e o decreto n°46.818 que cria o comitê político do plano; lançamento do Índice Mineiro de Vulnerabilidade Climática (IMVC) e linha crédito com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), além de reuniões e seminários.

Projetos da Copasa são selecionados para a COP21

Dois projetos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) também serão apresentados durante o evento. Os trabalhos farão parte do Painel de Ações Transformadoras do Iclei, sigla em inglês para Associação Mundial de Governos Locais Dedicados ao Desenvolvimento Sustentável.

Diante das mudanças do regime hídrico que vem ocorrendo em Minas Gerais em função das alterações climáticas, será apresentado o trabalho da Copasa “Eficiência Energética nas Instalações de Recalque dos Sistemas de Água”, do engenheiro Paulo Roberto Cherem de Souza. A companhia, ao tornar os sistemas de bombeamento de água mais eficientes, poderá contribuir com a conservação dos recursos naturais ao reduzir as perdas de água e utilizar de forma mais eficaz a energia elétrica.

O projeto “Aproveitamento Energético de Biogás e Lodo”, dos engenheiros Ricardo Negri Coelho e José Maria de Oliveira Filho, objetiva utilizar o biogás e o lodo gerado no processo de tratamento anaeróbico de esgoto na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, em Belo Horizonte, como forma de gerar energia elétrica. O sistema proporciona aumento na oferta da energia renovável e diminui a emissão dos gases de efeito estufa. “Esse projeto contribui para a melhoria climática e mostra uma nova forma de concepção do tratamento do esgoto sanitário”, afirma Sonia Knauer, assessora especial da presidência da Copasa.

Agência Minas