2º Combio: Laços com a comunidade ajudam a promover a educação ambiental

Notícia

Seg, 28 abr 2008


Maria Ângela Marcovadi, representante do Projeto Tamar, afirma que nas comunidades onde estão instaladas as estações do projeto os pescadores se transformaram em agentes de conservação das tartarugas e multiplicadores das informações em suas comunidades. "O crescimento dos ninhos das tartarugas marinhas no Brasil é fruto do trabalho do projeto dentro das comunidades", destaca.

Ela diz, ainda, que foi por meio de atividades comunitárias, no município de Almofala, no Ceará, que o projeto conseguiu convencer os pescadores a pararem de se alimentar das tartarugas. "Costumo dizer que projeto cuida mais de gente do que das tartarugas. Criamos redes nas comunidades e oferecemos alternativas econômicas sustentáveis. Hoje, temos 1,3 mil pessoas dessas comunidades trabalhando pelas tartarugas", ressalta.

Segundo ela, para obter o resultado apresentado hoje, foi preciso inserir pessoas do projeto nas comunidades. "Os biólogos vivem nos municípios onde trabalham e são reconhecidos pela população. Só assim, conseguimos mostrar que as tartarugas têm maior valor vivas do que mortas", completa.

Também para Marta Bouissou Morais, do Instituto Terra Brasilis, o trabalho junto aos moradores dos municípios de Roque de Minas e Vargem Bonita, em Minas Gerais, principais entradas para o Parque Nacional Serra da Canastra, é importante para a preservação do pato-mergulhão, espécie ameaçada de extinção.

A fim de chamar a atenção da população para importância de se preservar o meio ambiente, já que a espécie é uma das poucas que necessita de água limpa para sobreviver, foram feitas diversas campanhas e peças gráficas. "Trabalhamos a educação ambiental nas escolas, com alunos e professores; no meio rural e ainda desenvolvemos programas de rádio para alcançar a população em geral", comenta. "Queríamos mostrar que ter a espécie, que está ameaçada, na comunidade, é motivo de orgulho", salienta.

De acordo com Mônica Meyer, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o diálogo e o conhecimento da região são muito importantes nas ações de educação ambiental. "É preciso criar laços de confiança com a comunidade, mapear seus diversos aspectos e aprender com sua população. Só assim é possível desenvolver qualquer projeto de educação", conclui.


26/04/2008
Fonte: Sala de Imprensa
2º Congresso Mineiro de Biodiversidade