A 4ª Oficina de Monitoria Anual do Plano de Ação Territorial (PAT) para a conservação das espécies do território do Espinhaço Mineiro, realizada de 4 e 7 de novembro, em Augusto de Lima, reuniu pesquisadores, analistas ambientais, representantes da sociedade civil, entre outros atores envolvidos nas ações do PAT Espinhaço Mineiro. Na oportunidade, os participantes fizeram uma avaliação e acompanhamento do progresso das ações pactuadas no Plano, bem como a aferição dos indicadores e metas ainda previstas.
O encontro foi coordenado pelo Núcleo Operacional Pró-Espécies do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Os indicadores do plano foram aferidos buscando medir o alcance das metas propostas de forma a atender o objetivo de aumentar a conservação da sociobiodiversidade do Espinhaço Mineiro. “Essa análise é fundamental para garantir a efetividade das ações e alcançar os objetivos propostos desde o início do plano, em 2020”, explica a gerente de Recuperação Ambiental e Planejamento da Conservação de Ecossistemas do IEF, Mariana Antunes Pimenta.
O comparativo entre a 3ª e a 4ª monitoria revelou um avanço significativo. De acordo com os dados do painel de gestão, o plano apresenta 29% das ações concluídas e 43% em andamento, demonstrando que o PAT Espinhaço Mineiro segue para o 5º e último ano com expectativas muito positivas.
“Uma nova ação foi proposta para ser acompanhada neste último ano, referente à elaboração da lista de espécies exóticas e invasoras, processo que já se encontra em andamento no IEF”, afirma a analista do IEF e coordenadora do PAT, Gabriela Brito.
Em relação aos indicadores, para os quatro objetivos específicos do Plano, que são, em resumo: geração e difusão do conhecimento; comunicação e divulgação; medidas de conservação in situ, ex situ e on farm e a criação e aplicação de políticas públicas, foram em sua maioria cumpridos ou excedidos.
Até o momento, destaca-se a elaboração de mais de 50 estudos e levantamentos e cerca de 30 publicações científicas sobre as espécies e o território do PAT produzidos; mais de 25 oficinas e seminários realizados; 18 produções audiovisuais sobre o território e ou sua biodiversidade realizadas; 6 espécies alvo e mais de 240 beneficiadas mantidas em coleção ex situ, em viveiros ou criadouros conservacionistas ou monitoradas in locu.
Também foram criados cinco protocolos e planos com diretrizes de manejo, monitoramento, controle ou de comunicação, e 66% dos instrumentos previstos de políticas públicas foram elaborados e submetidos para publicação aos órgãos competentes. Outros resultados foram a criação de duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e a implementação de três unidades demonstrativas do Programa de Regularização Ambiental (PRA) Produzir Sustentável em implementação, com apoio do PAT.
Capacitação sobre Ciência Cidadã
No encontro, o grupo de especialistas ainda participou de uma capacitação sobre Ciência Cidadã e a biodiversidade do Espinhaço Mineiro, ministrada pela bióloga e parceira do PAT, Nadja Simbera Hemetrio, da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte. Na ocasião foram entregues exemplares do “Guia de Espécies do PAT Espinhaço Mineiro: Ciência Cidadã”, disponível AQUI, além da divulgação do “Projeto Biodiversidade do Espinhaço Mineiro” da plataforma iNaturalist, fruto de uma ação prevista no Plano.
Atividade de campo
No dia 6 de novembro, o grupo participou de uma visita técnica no Parque Estadual Serra do Cabral para trocas sobre o PAT e as oportunidades e desafios da UC. A visita foi conduzida pelo gerente Jarbas Jorge Alcântara, que apresentou os principais atributos e diferenciais do parque.
PAT Espinhaço Mineiro
O território do PAT Espinhaço Mineiro abrange uma área com 105.251 km2, perpassando os biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. São alvo do Plano 24 espécies Criticamente em Perigo (CR) lacunas, sendo 19 espécies da flora, 3 espécies de peixes e 2 espécies de invertebrados, entretanto, os efeitos positivos das ações do plano também serão refletidos em pelo menos 1.787 outras espécies ameaçadas presentes no território (espécies beneficiadas). O Plano foi elaborado em 2020, tendo validade até final de 2025. Conheça mais AQUI.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema