Projeto de Recuperação Florestal de Áreas Degradadas do Médio Rio Doce

Artigo

O acordo de parceria entre o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) com a Internacional Tropical Timber Organization (ITTO) - Organização Internacional de Madeiras Tropicais, com sede no Japão, foi firmado em 2003.

O Projeto de Recuperação Florestal de Áreas Degradadas da Região do Médio Rio Doce desenvolve, desde 2004, ações de recuperação das áreas degradadas de sete microbacias tributárias do Rio Doce, introduzindo, ainda, na região, o manejo sustentável da espécie Aroeira. 

Em cada microbacia, o IEF conta com um parceiro para o desenvolvimento das ações do projeto, como mobilização e educação ambiental das comunidades do Médio Rio Doce em prol da Conservação e Recuperação Florestal; Capacitação dos produtores rurais, parceiros e técnicos do IEF em tecnologias de produção de mudas, extensão florestal, recuperação de áreas degradadas e outros temas associados à questão ambiental; Produção de mais de 150.000 mudas em viveiros comunitários, Mais de 500 hectares de áreas em processo de recuperação ambiental, com previsão de atingir 1000 hectares; Diagnóstico e monitoramento sócio econômico e ambiental das micro bacias participantes do projeto, Estudos para manejo em 100 hectares de Aroeira; introdução de novas alternativas de renda nas comunidades como turismo rural e produção de mudas, entre outros.

O Projeto inicialmente tinha duração de quatro anos, esse prazo foi prorrogado até setembro de 2009. O IEF está em negociação para estendê-lo até março de 2011.

Manejo da Aroeia

O projeto também introduz o manejo sustentável da Aroeira, espécie secundária extremamente invasora. Atualmente, a espécie representa praticamente o restante dos fragmentos florestais das áreas degradadas e corresponde, no médio Rio Doce, a cerca de 95% da cobertura florestal, devido à sua ampla capacidade de propagação.

A Aroeirinha possui grande capacidade de se adaptar a solos com deficiência de água inibindo a germinação e o crescimento de outras espécies florestais por sua capacidade de produzir sombra. Seu desenvolvimento foi estudado para descobrir as melhores formas de uso da espécie na recuperação de áreas degradadas.

Há 50 anos, a ocorrência da Aroeirinha estava restrita a algumas poucas árvores dentro da Mata Atlântica. Com a exploração florestal, a espécie invadiu as áreas de pastos e os produtores rurais passaram a considerá-la como uma planta indesejável, uma vez que provocava contínua perda da qualidade das pastagens, tornando a pecuária, principal fonte de renda da região, uma atividade de baixa rentabilidade.

Microbacias

Outro aspecto significativo do projeto consiste na implantação de Unidades Demonstrativas nas sete microbacias selecionadas, nas quais serão implantadas diferentes tecnologias de recuperação florestal, através de plantios em áreas de topo de morros, da revegetação e proteção de nascentes, matas ciliares e do plantio misto. À exceção do plantio misto, todas as demais tecnologias utilizarão espécies nativas de ocorrência na área do projeto.

O marco zero do projeto foi a realização, nas diferentes áreas, de um diagnósticos ambiental e sócio-econômico, que possibilitaram identificar, ao final dos quatro anos, as principais contribuições à melhoria das condições sociais e financeiras dos produtores rurais envolvidos no projeto, bem como a melhoria ambiental da área, com ênfase na qualidade e quantidade dos recursos hídricos nas microbacias trabalhadas.

Em cada uma das microbacias os técnicos trabalharam com uma média de 30 a 40 famílias de produtores, que tiveram oportunidades de capacitação em produção de mudas, manejo sustentável e plantios florestais. Os professores da região participaram de cursos de educação ambiental e os técnicos do IEF que atuam na região, de reciclagens nas áreas de extensão florestal e manejo sustentável. Atualmente as ações de recuperação se estenderam a outras micro bacias e municípios vizinhos àquelas escolhidas, em função do efeito de divulgação das ações do projeto na região e da necessidade de recuperação ambiental que essas áreas apresentam.

1 - Investimentos

O projeto ITTO/IEF de recuperação florestal de áreas Degradadas da Bacia do Rio Doce tem recursos da ordem de US$ 795.543 (cerca de R$ 1.686.551,16), sendo US$ 523.892 do ITTO e US$ 251.651 do Governo Mineiro. O Governo Mineiro já investiu mais de US$800.000 até o presente momento.

2 - Mudas produzidas

De 2006 a 2009 serão produzidas, em viveiros comunitários na região do médio Rio Doce, mais de 200 mil mudas de essências nativas, para a recuperação das áreas.

3 - Capacitação de Técnicos

Ao longo do projeto foram capacitados mais de 200 pessoas, entre produtores rurais, professores rurais, parceiros e técnicos, em 09 cursos realizados, sendo previstos ainda mais 06 cursos até 2011.

4 - Áreas recuperadas

Até 2009, estavam em estágio de recuperação mais 500 hectares de áreas degradas número que deve aumentar substancialmente até o final de 2010. A estimativa, para todo o período de desenvolvimento do projeto é de recuperação de 1000 hectares de áreas degradadas nas micro-baciais regionais, e implementado o manejo numa área de 100 hectares de aroeirinha. Atualização

5 - Famílias beneficiadas

Atualmente cerca de 200, mas são previstas até 300 famílias.

6 - Municípios beneficiados

Aimorés, Divino das Laranjeiras, Governador Valadares, Alpercatas, Mutum, Resplendor, São Geraldo do Baixio, Taparuba, Ipanema, Conceição de Ipanema, Central de Minas, Galiléia, Conselheiro Pena, Tumiritinga, Engenheiro Caldas e Goiabeira.